The Night Flight Orchestra – Sometimes the World Ain’t Enough

Nuclear Blast/Shinigami | Nacional | 2018

Foto: Carlos Holmberg/Divulgação

The Night Flight Orchestra – Sometimes the World Ain’t Enough

Por Daniel Dutra | Fotos: Emelie Lager/Divulgação (capa) e Carlos Holmberg/Divulgação (interna)

The Last of the Independent Romantics é uma música com muitos elementos progressivos, no sentido de que há surpresas e mudanças em seu andamento. É para mostrar do que a banda é capaz, porque sempre vamos além daquilo que decidimos fazer. Se você tenta adivinhar o que virá a seguir, será novamente surpreendido”, disse Björn “Speed” Strid, durante o bate-papo que resultou na entrevista que está na edição 235 (agosto) da Roadie Crew, ao comentar a canção que encerra Sometimes the World Ain’t Enough. “O elemento surpresa é sempre algo muito bonito, mas precisa fazer sentido, e ela faz sentido. Leva você a uma viagem, porque é praticamente um álbum inteiro numa única música. É muita longa, mas com várias nuances que servem para tirar o fôlego, porque nossa ideia era deixar o ouvinte se perguntando ‘Que diabos aconteceu?’ assim que ela e, consequentemente, o disco acabam.”

E há uma razão muito boa para começar desta maneira, meio que pelo fim, a resenha do novo álbum do The Night Flight Orchestra: o vocalista e seus parceiros de crime – David Andersson (guitarra), Sharlee D’Angelo (baixo), Richard Larsson (teclados), Sebastian Forslund (percussão e guitarra) e Jonas Källsbäck (bateria) – conseguiram novamente. Basta uma audição de Sometimes the World Ain’t Enough para você se pegar pensando como é possível os caras terem feito um trabalho ainda melhor que o espetacular Amber Galactic (2017). Pois bem, um ano depois, eles fizeram. O que surpreende em The Last of the Independent Romantics é o progressive AOR, porque não há maneira melhor de definir os nove minutos de uma canção recheada de belas passagens instrumentais, incluindo solo de teclado e um fim acústico com violoncelos.


Tudo com aquela aura mágica dos anos 80 que permeia todo o CD, mas ainda assim uma música diferente das demais. Como a primeira faixa, a empolgante This Time, mais rock’n’roll, empolgante como os solos de piano e guitarra. Ou como o molho extra que as vozes de Anna-Mia Bonde e Anna Brygård dão a Turn to Miami, um baita AOR levado pelos teclados, a Moments of Thunder e ao lado groove e hard rock da faixa-título. Groove, aliás, que é mérito total de D’Angelo, que brilha como nunca antes, porque é surpreendente e muito agradável ouvi-lo tocando com os dedos e emprestando um suingue formidável a Paralyzed, uma daquelas canções nascidas de alguma inspiração divina. Que refrão absurdo!

É tão maravilhoso quanto os de Speedwagon e Can’t Be That Bad, joias que têm nas contagiantes Barcelona e Winged and Serpentine, ambas mais AOR com hard rock, semelhantes do mesmo quilate. Aí você que ainda não ouviu o CD pode pensar que não dá para ficar melhor. Sim, dá. Pretty Thing Closing in é a união perfeita de AOR com disco music, e Lovers in the Rain… Meu amigo, que música é essa!? Hino ou hit, como queira, ela seria um sucesso gigantesco 30 anos atrás, e isso diz muito sobre o NFO, a melhor banda surgida nos anos 2000, e Sometimes the World Ain’t Enough, o álbum de 2018. Porque, acredite, a música tem salvação.


Faixas
1. This Time
2. Turn to Miami
3. Paralyzed
4. Sometimes the World Ain’t Enough
5. Moments of Thunder
6. Speedwagon
7. Lovers in the Rain
8. Can’t Be That Bad
9. Pretty Thing Closing in
10. Barcelona
11. Winged and Serpentine
12. The Last of the Independent Romantics

Banda
Björn “Speed” Strid – vocal
David Andersson – guitarra
Sharlee D’Angelo – baixo
Richard Larsson – teclados
Jonas Källsbäck – bateria
Sebastian Forslund – percussão e guitarra
Anna-Mia Bonde – backup vocal
Anna Brygård – backup vocal


Lançamento: 29/06/2018

Produção: The Night Flight Orchestra
Mixagem: Sebastian Forslund

  • Aerton Matos em 13:36

    Excelente álbum. Ótima resenha. Descreveu bem essa pérola do rock.

  • Vinicius Marques em 12:49

    Conheci essa banda pelas indicações dos editores, nas escolhas dos melhores do ano de 2018, da própria Roadie Crew. Como a maior parte dos leitores da revista sou fã de metal mas, pela minha idade, ouvi muito AOR muito antes de saber da existência do termo. Fui surpreendido por algo completamente velho, novo, velho, ou seria o contrário? Buguei geral, como diz a garotada de hoje. Disco maravilhoso. Lendo sobre a banda me leva a crer que eles realmente foram unidos por uma intervenção cósmica, pois até lançar dois discos num intervalo tão curto, dando a entender que foram concebidos numa pancada só mas, certeiramente, divido de forma perfeita criando dois mundos individuais, fez muito bem para a banda e para a legião de fãs que se formar. Realmente a melhor coisa que surgiu de 2010 pra cá. Perfeita banda, perfeito o disco.

Comentários não são permitidos.