Avantasia – Moonglow

Nuclear Blast/Shinigami | Nacional | 2019

Foto: Alex Kuehr/Divulgação

Avantasia – Moonglow

Por Daniel Dutra | Fotos: Alex Kuehr/Divulgação

“É meio modinha começar com uma grande fanfarra, tipo ‘Senhoras e senhores, aqui estamos nós! A maior banda do planeta blá-blá-blá’ (risos). Ghost in the Moon é uma ótima maneira de dar partida no álbum, porque faz o ouvinte mergulhar no conceito”, disse Tobias Sammet durante a entrevista que fiz com o vocalista para a edição de fevereiro da Roadie Crew. Não dá para acusar o mentor do Avantasia de ter feito fama e deitado na cama, e Moonglow foi feito especialmente com aversão ao lugar-comum. A canção que abre o CD é um dos dois maiores exemplos.

Literalmente. Com quase dez minutos, Ghost in the Moon é bela no piano e voz do início, é grandiosa nas orquestrações e é bombástica no refrão que tem vocais de apoio especiais. “Contratamos um coral gospel que costuma cantar em adaptações musicais da Broadway na Alemanha. É um grupo formado por americanos, africanos e holandeses, todos com vozes grandiosas. Quando eles começaram a cantar, o teto do estúdio tremeu!”, contou Sammet, coberto de razão.


E tem The Raven Child, com Jørn Lande e o estreante Hansi Kürsch. A primeira amostra do oitavo álbum de estúdio do Avantasia tem elementos de música celta e muitas variações distribuídos em seus épicos 11 minutos, mas há muito mais em Moonglow. E até melhor. Como Requiem for a Dream, que traz Michael Kiske e escancara um groove de baixo que não aparece toda hora no power metal, além de um corinho pronto para o público cantar junto. Assim como o “Uô ô! Uô ô ô!” viciante de The Piper at the Gates of Dawn, que reúne cinco dos vocalistas convidados: Ronnie Atkins, Lande, Eric Martin, Bob Catley e Geoff Tate – o instrumental ficou a cargo de Sascha Paeth (guitarra e baixo, este dividido com Sammet), Michael Rodenberg (teclados) e Felix Bohnke (bateria).

Em relação ao ex-vocalista do Queensrÿche, vale a pena falar de novo o que está no bate-papo com Sammet: Invincible tem a sua melhor performance em mais de 15 anos – mais precisamente, desde Tribe (2003) –, numa interpretação recheada de técnica e emoção numa canção que remete, em alguns momentos, a Someone Else?, além de ser uma belíssima entrada para Alchemy, que mistura metal tradicional e pop até um refrão 100% metal melódico. As misturas, aliás, dão um charme ao disco. Pegue Lavender, com Catley, por exemplo: é um ótimo encontro do hard rock com o power metal.


Mas não é tudo que empolga. Starlight, com a voz de Atkins, é tão comum que você não vai incluí-la numa playlist do Avantasia. A faixa-título, por sua vez, é bonita e mostra um lado mais palatável ao grande público, mas vale mesmo por mais uma estreia: Candice Night. Agora, duas músicas valem o repeat incessante: com Martin, o cover de Maniac, aquela mesma da trilha sonora de “Flashdance”, ficou sensacional; e Book of Shallows… Meu amigo, a parte pesadona com Mille Petrozza, o terceiro e último debutante da vez, é uma obra de arte. Que riff! E o líder do Kreator ainda conseguiu ofuscar Kürsch, Atkins e até mesmo Lande

Faixas
1. Ghost in the Moon
2. Book of Shallows
3. Moonglow
4. The Raven Child
5. Starlight
6. Invincible
7. Alchemy
8. The Piper at the Gates of Dawn
9. Lavender
10. Requiem for a Dream
11. Maniac
12. Heart (faixa bônus)


Banda
Tobias Sammet – vocal, baixo e teclados
Sascha Paeth – guitarra e baixo
Michael Rodenberg – teclados e orquestração
Felix Bohnke – bateria

Vocalistas convidados
Bob Catley (Magnum) – faixas 8 e 9
Candice Night (Blackmore’s Night) – faixa 3
Eric Martin (Mr. Big) – faixas 8 e 11
Geoff Tate – faixas 6, 7 e 8
Hansi Kürsch (Blind Guardian) – faixas 2 e 4
Jørn Lande (Jorn) – faixas 2, 4 e 8
Michael Kiske (Helloween) – faixa 10
Mille Petrozza (Kreator) – faixas 2
Ronnie Atkins (Pretty Maids) – faixas 2, 5 e 8

Lançamento: 15/02/2019

Produção: Sascha Paeth e Tobias Sammet