Jerry Cantrell – Degradation Trip

Sum Records | Nacional | 2002

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Jerry Cantrell – Degradation Trip

Por Daniel Dutra | Fotos: Divulgação

Quando Jerry Cantrell lançou seu primeiro disco solo, Boggy Depot, em 1998, o Alice in Chains já se encontrava em stand by em decorrência dos problemas do vocalista Layne Staley com as drogas. Quatro anos depois, Cantrell retorna com o ótimo Degradation Trip, e o disco é dedicado Staley, encontrado morto em sua residência, em Seattle, no dia 19 de abril. O motivo? Um coquetel de cocaína e heroína.

A estreia solo de Cantrell, no entanto, aconteceu em 1996, quando contribuiu com a música Leave Me Alone para a trilha sonora do filme “O Pentelho” (com Jim Carrey). No mesmo ano, o ainda em atividade Alice in Chains lançava seu último registro, o Unplugged gravado pela MTV. Resumindo a viagem no tempo, o guitarrista dá sequência ao legado sonoro da melhor banda da famigerada safra grunge.

Degradation Trip não foge do estilo pesado e arrastado, que, claro, tem como referência aquilo que foi criado pelo Black Sabbath. Mas a veia Alice in Chains é latente nas harmonias vocais, como em Psychotic Break, Mother’s Spinning in Her Grave (Glass Dick Jones) e Hellbound. Nenhuma surpresa, já que Cantrell era a força por trás do instrumental e das melodias do grupo.


As lembranças de Staley, assim como seu vício em heroína, ainda vêm implícitas nas letras de Locked on – “Locked on – what’s the deal / Faded rock star, push and needle / You don’t know, well that’s right / You do your thing / I’ll live my life” – e Bargain Basement Howard Hughes – “Stubborn bastard, hard head knocking / We had our good years too / Though apart, you’re still in my heart / I’d give anything for you”. Mas as 14 faixas que compõem o trabalho não são, digamos, depressivas.

As belíssimas Solitude e Give it a Name, esta com um quê de Beatles, se distanciam da melancolia, assim como Gone, que passa raspando de ter um maior acento country. She Was My Girl tem uma levada bem para cima, e Spiderbite é heavy metal de primeira linha. Anger Rising, com a participação do ex-guitarrista do Queensrÿche Chris DeGarmo, e Angel Eyes são mais dois destaques num trabalho recheado de bons momentos.

Em vez de se cercar de vários convidados – como os baixistas Les Claypool (Primus) e Rex Brown (Pantera), que participaram de Boggy Depot –, Cantrell teve em Mike Bordin (bateria) e Robert Trujillo (baixo), da banda de Ozzy Osbourne, a cozinha perfeita para poder desfilar seu talento como guitarrista e compositor. No fim das contas, mais um motivo para fazer de Degradation Trip uma ótima pedida para quem gosta de boa música.

Resenha publicada na edição 86 do International Magazine, em agosto de 2002.

  • Math em 15:14

    É um álbum que todo amante de heavy metal, Hard Rock e até mesmo country deveriam ouvir. Uma daquelas grandes obras de artistas underrated, que infelizmente só seram ouvidas por um pequeno grupo de sortudos e com bom gosto.

  • monique em 03:53

    gostei do seu site muito interessante o conteúdo, queria te dar os parabéns e dizer que vou acompanhar mais vezes para saber sempre as novidades. Bjus

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