The Dead Daisies – Burn it Down

Sound City/Shinigami | Nacional | 2018

Foto: Divulgação

The Dead Daisies – Burn it Down

Por Daniel Dutra | Fotos: Divulgação

Quem diria que aquele projeto idealizado pelo guitarrista David Lowy em 2013, ao lado do vocalista Jon Stevens, se tornaria uma das melhores bandas de rock que você pode encontrar por aí. A quantidade de músicos que já passou pelo The Dead Daisies não cabe nos dedos das mãos e dos pés, mas sejamos sinceros: foi com a entrada de John Corabi em 2015 que o grupo subiu vários degraus, porque Revolución coloca no bolso o homônimo álbum de estreia, lançado dois anos antes. É bom demais ver um músico tão talentoso como o ex-vocalista do Mötley Crüe e do Union finalmente bem parado. Aí veio Doug Aldrich (ex-Dio, Whitesnake e um monte de outros nomes) para levar o trabalho de guitarra a um patamar ainda mais alto, afinal, ele chegou para substituir Richard Fortus e também Dizzy Reed (tecladista). E Make Some Noise (2016) fez tanto barulho que rendeu o ao vivo Live & Louder (2017), ambos também obrigatórios.

E houve mais uma mudança de formação, mas a entrada de Deen Castronovo no lugar de Brian Tichy não é a razão de Burn it Down ser um novo passo à frente. O novo dono das baquetas é um gênio, mas o que ele, Lowy, Corabi, Aldrich e Marco Mendoza (baixo) fizeram foi não se repetir para continuar a ascensão com grandes discos. O time de composição permaneceu intacto, incluindo o produtor Marti Frederiksen, e o quarto trabalho apenas pegou o hard rock dos anteriores e o repaginou com um rock’n’roll visceral e mais sujo, sem perder a veia dos anos 60 e 70 que permeia a sonoridade da banda.


Isso pode ser explicado nos covers da vez, a começar na ótima versão de Revolution, dos Beatles, na qual o respeito ao clássico dos Fab Four está na pegada mais pesada comandada por Castronovo e na interpretação de Corabi. E há Bitch, dos Rolling Stones, mas a história é diferente. Ou quase, já que o quinteto se saiu muito melhor do que os próprios autores – o que, convenhamos, não é nenhuma novidade. Que o digam Grand Funk, KISS, Gov’t Mule e Montrose, por exemplo.

O mais legal, no entanto, é saber que se trata de diversão, uma vez que o Dead Daisies é capaz de forjar seus próprios clássicos. Primeiro single, Rise Up já virou hino não oficial da NASCAR em 2018, e o álbum tem caixa para mais, porque Dead and Gone é espetacular de tão grudenta – não é todo mundo que insere ‘yeah!’ num refrão e se dá bem. Mas seria injusto dizer que são as duas melhores canções de Burn it Down, já que a faixa-título é um baita de um hard blues, enquanto Judgment Day dá sequência até se tornar um hard mais pesado. E tudo isso é embalado pelos principais predicados do trabalho: melodias vocais, refrãos para cantar com vontade e um show de Aldrich nas seis cordas (riffs e solos). Contenha-se ao ouvir What Goes Around e Leave Me Alone; abra o sorriso com Set Me Free, bela balada com clima anos 70; e lembre-se de Aerosmith nas destruidoras Resurrected e Can’t Take it With You. Depois faça tudo de novo.


Faixas
1. Resurrected
2. Rise Up
3. Burn it Down
4. Judgement Day
5. What Goes Around
6. Bitch
7. Set Me Free
8. Dead And Gone
9. Can’t Take it with You
10. Leave Me Alone
11. Revolution (faixa bônus)

Banda
John Corabi – vocal
David Lowy – guitarra
Doug Aldrich – guitarra
Marco Mendoza – baixo
Deen Castronovo – bateria


Lançamento: 06/04/2018

Produção: Marti Frederiksen
Mixagem: Anthony Focx